Formas Exemplares de fazer a Revolução IX

Não conduza. Beba!

Peça ao seu banco um cartão de crédito. Assim que o tiver na mão vá até à sua loja de vinhos preferida (ou mesmo até à adega cooperativa mais próxima, se for caso disso) e adquira com o respectivo cartão uma boa garrafeira. Não se poupe a gastos, lembre-se que depois lhe darão novo crédito. Vá para casa e não faça mais nada nesse dia senão arrumar os vinhos e dedicar-se às provas. Na manhã seguinte estará de ressaca. Nada que uns bons tragos não normalizem. Tire o dia para apreciar os sabores, para observar as cores. Se ligarem para si não atenda, pode ser da empresa ou não, mas é certamente alguém inoportuno. Desligue o TM. Encha mais um copo e sente-se o mais confortavelmente possível pensando que a subida da taxa de alcoolemia lhe é indiferente. Esqueça as leis, os impostos, o governo. Esqueça o país. Concentre todas as atenções em apreciar os bons vinhos que adquiriu. Tocam à campainha. Você vai atender sentindo-se descontraído e lânguido. É o vizinho avisando que estão lhe bloqueando o carro. Ofereça as chaves do carro ao vizinho pedindo-lhe para as dar aos fiscais da Parques Tejo. Informe o vizinho de que lhes pode dar o carro pois já não precisa dele. Convide o vizinho a vir depois beber consigo. Aconselhe-o a fazer o que você fez e as coisas que pareciam importantes perderão valor ao pé da vontade que você sente de deixar o vizinho, de voltar ao seu recolhimento, de abrir outra daquelas garrafas e provar o seu elixir já sem temer nem um pouco a nova taxa de alcoolemia.

SE O VINHO TE PREJUDICA NO TEU TRABALHO...

ENTÃO DEIXA DE TRABALHAR!